O Ganho de Massa Muscular com a Fitoterapia
A busca pelo ganho de massa muscular e redução da quantidade de gordura corporal é comum na grande maioria dos praticantes de musculação, pois além de ser uma atividade física que promove o bem-estar do indivíduo, também promove mudanças corporais estéticas satisfatórias.
Na busca destas mudanças o uso de recursos ergogênicos alimentares tem aumentado cada vez mais, tais como: alimentos ricos em proteínas, suplementos fitoterápicos e suplementos alimentares (Brandão e Júnior, 2015).
Os suplementos alimentares podem ser definidos como alimentos que complementam a dieta diária de uma pessoa saudável, são em grande parte, vitaminas, minerais e aminoácidos que complementam a alimentação. Importante para pessoas com carências nutricionais e também para praticantes de atividade física, principalmente a musculação, para obter um melhor desempenho ou repor perdas nutricionais durante essa prática (Cortez e colaboradores 2015).
O consumo desses suplementos alimentares associado à prática desta modalidade de atividade física cresce exponencialmente a cada ano, e assim, as promessas de melhorias no desempenho e na forma estética crescem proporcionalmente. Dentre os recursos disponíveis também existem os denominados “anabolizantes”, que podem ter efeitos deletérios ao organismo. A utilização desses hormônios pode obviamente melhorar o rendimento esportivo e promover corpos mais “musculosos”, mas existem razões inquestionáveis de ordem ética e médica que contraindicam o seu uso (Brandão, Júnior, 2015).
Por outro lado, o uso de suplementos fitoterápicos pode ser vantajoso, por ser eficiente em promover efeitos benéficos ao organismo e ainda, altos índices de efeitos terapêuticos e baixa incidência de efeitos colaterais.
O consumo de fitoterápicos com o objetivo de melhorar performance e resultados com as práticas esportivas não é recente, porém o número de estudos científicos relacionando o consumo desses produtos com o aumento de massa muscular ainda é escasso.
Algumas plantas, como Tribulus Terrestris, Mucuna Pruriens, Gamma Oryzanol, Eurycoma Longifolia (Long Jack), Rhodiola Rosea, Feno Grego e Turkesterone são utilizadas frequentemente por praticantes de musculação com o propósito de aumentar massa muscular, mas o número de estudos é limitado. Os estudos são realizados, na maioria das vezes, devido às propriedades afrodisíacas dessas plantas. Na medicina tradicional, o uso de algumas plantas com propriedades afrodisíacas representa uma das modalidades mais antigas de tratamento da disfunção sexual, que inclui disfunção erétil ou impotência, hipogonadismo, ejaculação precoce, entre outros.
Alguns desses estudos mostraram melhorias da função sexual e aumento de hormônios sexuais, como testosterona e hormônio luteinizante (LH). E, devido a esse aumento de hormônios, principalmente a testosterona, o uso dessas plantas começou a ser difundido entre indivíduos que buscam melhora do desempenho e hipertrofia muscular.
A testosterona apresenta um papel importante tanto no aumento da síntese proteica quanto na redução do catabolismo, o que, consequentemente, poderia levar a hipertrofia do músculo esquelético. Porém cabe ressaltar que a testosterona apresenta diversas funções no organismo, e o seu aumento não necessariamente irá representar maior ganho de massa muscular.
Testosterona
Hormônio Androgênico
A testosterona é um hormônio esteroide encontrado em mamíferos, répteis, aves e outros vertebrados. Está presente nos homens e nas mulheres, porém, em quantidades bem maiores no corpo masculino, onde é o principal hormônio, por isso, é conhecido como sinônimo de masculinidade.
Nos homens, a testosterona é fundamental para o desenvolvimento dos tecidos reprodutores masculinos, como os testículos ou a próstata, e na promoção de características sexuais secundárias, como o aumento da musculatura, massa óssea e o crescimento de pelos no corpo. A testosterona é ainda essencial para a saúde e bem-estar e na prevenção de osteoporose.
Em média, a quantidade de testosterona nos homens é entre sete a oito vezes superior do que em mulheres. Embora a produção diária do hormônio seja vinte vezes superior nos homens, o consumo metabólico é igualmente superior. As mulheres são também mais sensíveis ao hormônio. A testosterona e seus metabólitos, assim como outros hormônios sexuais, apresentam um forte efeito nos comportamentos sociais de diversas espécies, dentre elas os humanos.
A testosterona desempenha um papel central na manifestação e desenvolvimento de comportamentos agonistas, especialmente a agressão e a raiva. Estudos experimentais têm mostrado que os níveis suprafisiológicos de testosterona aumentam a manifestação da agressão, enquanto estudos correlacionais associam a testosterona com maior impulsividade, maior responsividade de circuitos neurais relacionados à agressão social e raiva. Além disso, mais do que a agressão, a testosterona é fortemente relacionada com o comportamento dominante e a competitividade.
Metabolismo da Testosterona
A testosterona é sintetizada a partir do colesterol por uma sequência de cadeias enzimáticas dentro das células de Leydig, localizadas no interstício do testículo maduro. Uma pequena porcentagem da testosterona é convertida em metabólitos, biologicamente ativos, em determinados tecidos; entretanto, a maioria é convertida em metabólitos inativos, excretados pelos rins e vias biliares. A testosterona é convertida, pela 5-alfa-redutase, em dehidroepiandrosterona na próstata, mais efetivamente, e em menor extensão na pele e no fígado.
A dehidroepiandrosterona é o mais ativo agonista dos receptores de testosterona, que por aromatização, é também convertida em estradiol em menor proporção. No cérebro, a aromatização da testosterona em estradiol tem um importante efeito na regulação da secreção de gonadotrofina e na função sexual e, nos demais tecidos, a importância da aromatização na mediação do efeito da testosterona ainda não está claro. A inativação da testosterona ocorre predominantemente no fígado. A rápida metabolização hepática da testosterona leva a baixa biodisponibilidade oral e a curta duração, quando injetada por via venosa.
O Envelhecimento e a Testosterona
Os níveis de hormônios sexuais masculinos sofrem alterações com o envelhecimento, independentemente da presença de doenças específicas. É ainda controverso se essas alterações hormonais se correlacionam ao processo de formação de placas de aterosclerose. Embora a maioria dos hormônios sofra alterações com o processo de envelhecimento masculino, alguns, como estradiol, cortisol/corticosteroides e a di-hidrotestosterona não mostram qualquer oscilação. Entretanto, os metabólitos do di-hidrotestosterona (androstanediol e androstenediona) apresentam-se reduzidos nos pacientes idosos. Dentre os hormônios que sofrem alterações com o envelhecimento, devese enfatizar a diminuição das frações isoladas de testosterona livre e total. Após os 50 anos, a concentração sérica de testosterona apresenta queda de 1% ao ano. Outros fatores como o genético, o tabagismo, a obesidade e o alcoolismo explicam também essa queda.
Testosterona na Mulher
Os hormônios sexuais, em especial os estrogênios e os androgênios, têm efeitos bem conhecidos na modulação estrutural e funcional de muitos tecidos genitais, incluindo o útero, a vagina, as glândulas periuretrais, o vestíbulo vaginal, o clitóris, os grandes e os pequenos lábios. A deficiência androgênica (DA) caracteriza-se como uma síndrome decorrente da redução da produção ou ação androgênica, podendo ocorrer em qualquer idade. Entretanto, fisiologicamente o envelhecimento pode cursar com queda na produção de androgênios, tanto dos ovários como das adrenais, especialmente da dehidroepiandrosterona (DHEA).
Porém, em mulheres jovens, qualquer redução dos androgênios pode sinalizar a DA, como a observada naquelas submetidas à ooforectomia ou nas com hipogonadismo hipogonadotrófico, disgenesias gonádicas e disfunção adrenal (síndrome de Addison); entretanto, outras condições podem redundar na DA, como o uso de estrogênios, tamoxifeno, fenitoína, cafeína, etanol, hipertireoidismo, gravidez e cirrose hepática. Uma vez que ao aumentarem a proteína carreadora dos hormônios sexuais podem reduzir as frações livres dos androgênios.
A deficiência androgênica na mulher passou a ser considerada importante entidade clínica a partir de 2002, quando na Universidade de Princeton foi realizada uma reunião, que culminou num consenso que a definiu como uma síndrome constituída por redução do desejo sexual, diminuição da sensação de bem-estar ou mudança de humor, fadiga persistente e inexplicável, perda de massa óssea, redução da força muscular, rarefação dos pelos e alterações de memória e função cognitiva.
Benefícios:
- Mente atenta;
- Bom humor;
- Aumento de massa muscular;
- Coração saudável;
- Fortes ereções e aumento da libido;
- Ossos mais fortes;
- Aumento da energia;
- Melhoria da memória e concentração;
- Aumento da produção de espermatozoide;
- Distribuição da gordura;
- Produção de glóbulos vermelhos.
Sintomas da deficiência de testosterona:
- Fadiga constante;
- Depressão;
- Aumento da gordura abdominal;
- Risco de disfunção erétil e baixo libido;
- Produção reduzida de espermatozoide;
- Risco aumentado de doença de Alzheimer;
- Aumento do risco de osteoporose;
- Pensamento confuso e perda de memória;
- Mudança de humor;
- Baixo crescimento de pêlos;
- Problemas para dormir.
Reações adversas
Em homens, a reposição de testosterona pode trazer alguns riscos, tais como:
- Efeitos cardiovasculares;
- Policitemia (número excessivo de glóbulos vermelhos, hemácias, no sangue aumentando a viscosidade do mesmo, fazendo com que ele percorra mais lentamente dentro das veias);
- Exacerbação da apneia do sono;
- Agravamento do câncer de próstata;
Entre as mulheres, as reações adversas se manifestam por:
- Acne;
- Ganho de peso;
- Aumento de pelos faciais;
- Piora no perfil lipídico;
- Alterações da função hepática;
- Raras mudanças no timbre de voz;
- Cliteromegalia (aumento anormal do clitóris).
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Referências Bibliográficas
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Filho, J.R.S., Rodrigues H.S., Silva, D.C. Benefícios e riscos da reposição hormonal no distúrbio androgênico do envelhecimento masculino. Rev. Saúde.Com 2014; 10 (3). 299-306.
Gun, S., Neto, L.F.S. O uso da suplementação de testosterona em homens e mulheres. Revista da Faculdade de Ciências Médicas de Sorocaba, 25/07/2016. Fonseca, H.P., Scapinelli, A., Aoki, T. Aldrighi, J.M. Deficiência Androgênica na mulher. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 56, n. 5, set-out 2010.
Pardini, D. Terapia de reposição hormonal na menopausa. Arq. Brasileiro Endocrinol Metab. 2014: 58/, 172-181. Revisão 00 – Data 22/09/2017
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Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 11. n. 67. Suplementar 1. p.836-842. Jan./Dez. 2017. ISSN 1981-9927.
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