O Uso da Fitoterapia no Tratamento da Obesidade





O que é Fitoterapia?


A fitoterapia, prática na qual o homem busca na natureza o tratamento para suas doenças, é baseada nos saberes populares, que são transmitidos de geração a geração e fundamentam a medicina tradicional. As informações etnobotânicas, originadas das relações humanas com os vegetais, possibilitam a entrada de uma planta medicinal na pesquisa.

A validação do uso popular pode ser dada pela tradicionalidade e pela ciência. A pesquisa em humanos compõe o conjunto de informações, que leva uma planta medicinal e seus medicamentos fitoterápicos para a prática clínica, com a confiabilidade dos prescritores e pacientes. Para efetivar a fitoterapia, são utilizadas as plantas inteiras, em partes ou seus extratos brutos. Nestes materiais, há um complexo de ativos, que caracterizam um pressuposto da fitoterapia, que é a obtenção de efeito pelo sinergismo de ação farmacológica.

No sinergismo farmacodinâmico, os ativos agem em conjunto por mesmo mecanismo de ação ou agem em múltiplos alvos, reforçando um efeito. O sinergismo ocorre também por interferência farmacocinética, por exemplo, com substâncias das plantas que aumentam a biodisponibilidade de ativos.

Fitoterapia e Obesidade

Obesidade é sério problema de saúde no Brasil, atuando como fator de risco de muitas doenças degenerativas e impactando muito no custo da saúde. O campo das plantas medicinais tem grande potencial de desenvolvimento de soluções para esse grave problema. Evidências mostram que a introdução ou aumento relativo de vegetais na alimentação,per se, já impacta positivamente na redução do percentual de gordura corporal e do IMC.

A ciência tem revelado motivos de sobra para esses benefícios. Muitos componentes químicos de plantas, comuns em alimentos e em fitoterápicos, como os polifenois, compreendendo taninos, flavonoides, derivados da catequina, procianidinas e derivados de ácidos fenólicos, atuam em múltiplos mecanismos, modulando a liberação de hormônios e mediadores, cuja resultante é uma redução na lipogênese e na proliferação de tecido adiposo. 

Na alimentação, a introdução de um número maior de alimentos de origem vegetal na dieta diária, associa-se à melhora do metabolismo de carboidratos e redução da resistência à insulina, auxiliando na diminuição do IMC e do risco de diabetes. Uma maior diversidade de vegetais e uma alimentação mais variada significa mais saúde. Portanto, é razoável supor, então, que uma associação de fitoterápicos também possa ter mais eficiência que um ativo vegetal em separado. A terapêutica da obesidade é um desafio, e todo o potencial da fitoterapia precisa ser empregado para que os resultados sejam os esperados. 

A estratégia mais empregada é associar buscando uma potencialização do efeito, usando plantas com mecanismo de ação complementar e que atuem em diferentes receptores, órgãos ou processos orgânicos. Podemos dividir os diferentes fitoterápicos que atuam na obesidade nos seguintes grupos: fitoterápicos que reduzem a absorção de nutrientes; que geram saciedade por ação gástrica; que geram saciedade por mecanismo central; que aumentam a taxa de metabolismo basal e que promovem a lipólise.

Estratégias de associação

Os fitocomplexos indutores da saciedade pelo aumento do volume gástrico têm maior afinidade para serem associados com aqueles considerados inibidores da absorção. Entretanto essa associação não deve ser administrada junto com outros extratos, pois reduzem sua eficácia. O ideal é administrar essa associação sugerida acima, em momentos separados.

Já os fitoterápicos classificados como estimulantes do metabolismo (ou termogênicos), funcionam melhor se combinados com os lipolíticos. A própria combinação entre dois ativos termogênicos com mecanismos de ação diferentes tem se mostrado mais eficiente que os dois produtos em separado.

Guia de formulações fitoterápicas baseadas no principal mecanismo de ação apresentado pela espécie vegetal


Termogênicos

Um aumento no gasto energético diário pode contribuir para evitar o ganho de peso, desde que os efeitos sejam sustentados. Vários princípios ativos de espécies vegetais como Capsicum annum (pimenta), Citrus aurantium (laranja), Ilex paraguariensis (chá mate) e Camellia sinensis (chá verde) promovem um aumento da termogênese e, consequentemente, do gasto energético diário.

 Citrus Aurantium: Causa aumento da taxa metabólica que acelera a remoção de depósitos de gordura do corpo. Também aumenta a disponibilidade de gorduras para oxidação (respiração celular) sendo assim aumenta a quantidade de energia no organismo e aumenta a performance física.

 Chá Verde: Tem propriedades estimulantes, adstringentes, cicatrizantes e digestivas. Tem sido usado nos tratamentos de obesidade associado a outros princípios ativos.
Citrus Aurantium + Chá verde - 60 cápsulas

• Ilex paraguariensis (chá mate): Saciedade precoce. Age no retardo do esvaziamento gástrico. Redução do Quociente Respiratório - QR, devido ao aumento da oxidação de gordura. Ativação da Adenosina Monofosfato Kinase - AMPK, favorecendo a redução da gordura visceral. 

• Citrus Aurantium: Causa aumento da taxa metabólica que acelera a remoção de depósitos de gordura do corpo. Também aumenta a disponibilidade de gorduras para oxidação (respiração celular) sendo assim aumenta a quantidade de energia no organismo e aumenta a performance física.

• Capsici extrato 40% - Capsicum annuum auxilia no controle do peso corporal, afetando o metabolismo e a termogênese, como a evidência mais significativa, além de elevar a oxidação lipídica e reduzir o apetite. 

Ilex paraguariensis + Capsici + Citrus Aurantium


Termogênicos + Adaptógenos

Adaptógenos constituem uma classe de reguladores metabólicos naturais, que aumentam a capacidade de adaptação do organismo a fatores ambientais que causam estresse. Os efeitos das plantas adaptógenas são não-específicos, aumentando a resistência geral do organismo contra um amplo espectro de fatores estressores, além de serem inócuos, com a capacidade de produzir seus efeitos, sem causar distúrbios ao funcionamento normal do organismo.

• Citrus Aurantium: Causa aumento da taxa metabólica que acelera a remoção de depósitos de gordura do corpo. Também aumenta a disponibilidade de gorduras para oxidação (respiração celular) sendo assim aumenta a quantidade de energia no organismo e aumenta a performance física.

• Rhodiola rosea é classificada como adaptógeno e tem apresentado também efeitos sobre o controle do peso corporal. Foi observada a redução de peso em estudos pré-clínicos que avaliaram a administração de Rhodiola rosea associada a Citrus aurantium (agente termogênico). 

Citrus Aurantium + Rhodiola Rosea

  Chá Verde tem propriedades estimulantes, adstringentes, cicatrizantes e digestivas. Tem sido usado nos tratamentos de obesidade associado a outros princípios ativos.

•  Goji Berry é a fruta da planta Lycium barbarum, que tem muitas propriedades e é rica em proteínas. É oriundo dos altos montes do Himalaia onde é colhido de julho a setembro. Tem a aparência de um pequeno tomate-morango, de cor vermelha-viva que, segundo a tradição tibetana, é extremamente sensível e delicado pelo que não deve ser tocada pela mão humana, pois quando isso acontece ela tranforma a sua cor vermelho-vivo numa outra mais escura, quase negra e perde qualidades. Daí que a sua colheita se faça sacudindo os ramos do Goji e recolhendo os frutos em em malhas de bambu, depois as bagas são transportadas, lavadas e postas a secar à sombra.

Chá Verde + Goji Berry

Reguladores do apetite + termogênicos  + inibidores da acumulação de gordura no tecido adiposo


Diferentes fatores, como  neuronais, endócrinos, adipocitários e intestinais, atuam e interagem na regulação da ingestão de alimentos e de armazenamento de energia, contribuindo para o surgimento e manutenção da obesidade e constituindo importantes alvos terapêuticos para a redução de peso corporal. Outro alvo importante corresponde à regulação da acumulação de lipídeos e triglicerídeos nos adipócitos e da oxidação e lipólise no tecido adiposo. 

Garcinia extrato 50% - Tem demonstrado efeitos sobre a perda de peso corporal, relacionados principalmente à diminuição do apetite. O ácido hidroxicítrico, seu principal marcador, inibe enzimas que participam da síntese de lipídeos e aumenta a síntese de glicogênio, o que leva à redução do apetite.
Gymnema extrato 75% - Tem apresentado resultados no tratamento da obesidade, atribuídos aos ácidos gimnêmicos que regulam o apetite por inibirem o desejo de ingerir alimentos doces. Esses ativos interagem em receptores  nas papilas gustativas da língua, prejudicando a percepção do sabor doce. Além disto, possuem atividade hipoglicemiante, por reduzirem a absorção de glicose pelo intestino.

 Citrus Aurantium: Causa aumento da taxa metabólica que acelera a remoção de depósitos de gordura do corpo. Também aumenta a disponibilidade de gorduras para oxidação (respiração celular) sendo assim aumenta a quantidade de energia no organismo e aumenta a performance física.

Garcinia + Citrus Aurantium + Gymnema

Garcinia + Gymnema


Ansiolíticos/indutores de saciedade + reguladores de apetite + termogênicos


Fatores psicológicos que influenciam no comportamento alimentar, como depressão, ansiedade e sentimentos inespecíficos de tensão, são identificados como ativadores da compulsão alimentar. Terapias complementares, como a fitoterapia, são muito utlizadas por indivíduos com esse padrão alimentar, em função da eficácia ansiolítica e redução da ocorrência de efeitos colaterais.

• Chá Verde: Tem propriedades estimulantes, adstringentes, cicatrizantes e digestivas. Tem sido usado nos tratamentos de obesidade associado a outros princípios ativos.

• Garcinia: Seu principal princípio ativo é o ácido hidroxicítrico, que é um inibidor da síntese de ácidos graxos, por diminuir o fornecimento de acetil coenzima A no metabolismo celular. Além disso aumenta a "queima de gorduras" e tem ação redutora do apetite, devido à alteração do fluxo metabólico, resultante do desvio de carboidratos da dieta e de seus metabólitos, da síntese lipídica.


• Mulungu: Tem ação sedativa sobre o sistema nervoso central e relaxante da musculatura lisa. É usado como calmante na agitação nervosa e insônia, e também como coadjuvante em dores de origem reumática ou nevrálgica.


• Valeriana: Os extratos são obtidos das raízes e rizomas de Valeriana officinalis (Valerianaceae). Tem também em sua composição os valepotriatos, com ação sedativa sobre o sistema nervoso central.
É usado frequentemente em associação a brometos e outros sedativos, na neurastenia, angústia, histeria, irritabilidade, insônia de fundo nervoso, palpitações nervosas e distúrbios da menopausa.
 

Chá Verde + Garcinia + Mulungu + Valeriana


Inibidores da absorção de nutrientes (lipídeos e carboidratos)


Uma das estratégias no tratamento da obesidade inclui os inibidores da digestão e absorção de nutrientes, por meio de mecanismos gastrintestinais, sem alterar funções do sistema nervoso central. Os lipídeos da dieta representam uma grande fonte de calorias indesejadas e são compostos, principalmente, de triglicerídeos. A eficiência da absorção dos triglicerídeos é um dos fatores que contribuem para a obesidade e essa absorção só é possível após a hidrólise destes em ácidos graxos livres e glicerol, pela enzima lipase pancreática. Portanto, um inibidor da lipase pancreática que limita a absorção intestinal pode ser útil para o tratamento da hiperlipidemia e da obesidade. 

Irvingia gabonensis + Cissus quadrangulares extrato - Estudos clínicos demonstram que a combinação destes extratos apresentam efeito sinérgico na redução de colesterol total e fração LDL e na glicemia de jejum. O estudo indicou também uma redução do peso corporal em mais de 11Kg durante o tratamento de 10 semanas. Além disso, promoveu um aumento da massa magra e diminuição de 20% da circunferência da cintura.

Cissus Quadrangularis + Irvingia Gabonensis - 60 cápsulas

Chia é rica em fibras solúveis capazes de promover o aumento da saciedade, bem como fibras insolúveis que atua, proporcionando uma melhora do fluxo intestinal.

Chia 500mg - 60 cápsulas


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Referências Bibliográficas 

1. Formulário Médico Farmacêutico, 2ª edição. São Paulo: Tecnopress, 2002. 
2. Ciência Saudável - A Revista que cuida de saúde.







































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